Antes de começar o atendimento fazemos uma higienização das patas, focinho e genitais dos animais com solução antisséptica (antes disso os cães tomam banho com shampoo à base de Clorexidine), Batata não entendia nada, seu olhar parecia ter dois pontos de interrogação em cada pupila.
Primeira sala: ala do semi-intensivo. Nesta sala ficam crianças que nasceram no hospital, mas dependem de aparelhos para viver, tubos e aparelhos como oxímetro ficam constantemente ligados. Se tivesse que comparar diria que essas crianças pareciam torre de uma CPU que necessitam de cabos de energia, fios de conexões com a impressora e monitor e cabo de internet para poderem funcionar... tamanha a quantidade de fios e tubos conectados ao seu corpo. Batata, ainda tensa, chamou a atenção do primeiro paciente logo de cara (estava peluda naquela época e parecia um tufo de algodão doce). A criança se esforçou bastante para pegar nos pêlos dela e, para sua infelicidade (da Batata), arrancá-los em pequena quantidade.
Segunda sala: estava cheia, mas eram apenas bebês de colo. Nesse caso, os cães terapêutas têm pouco a fazer, os bebês interagem pouco com os cães. São as mães que se empolgam mais e querem ver os animais.
Terceira sala: estava vazia neste dia em particular.
Quarta sala: várias crianças aguardavam ansiosamente pelos cães. Batata ganhou carinhos de todas elas e relaxou um pouco mais. Estranho que mesmo ganhando os afagos, Batata não subia nas crianças para lambe-las no rosto como sempre faz nos outros lugares. Parece que tinha percebido que neste lugar os exageros de alegria deveriam ser contidos.
Fim de um dia de trabalho... Batata voltou para casa e dormiu como uma pedra, nem ligou para seus irmãos.
Vista do Hospital Municipal "Mario Gatti"