É sempre bom ouvir um elogio pelo trabalho que você faz.
"... - Que trabalho extraordinário que vocês fazem... - Que coisa linda visitar as crianças doentes com os cães..." - isso já virou rotina nas nossas visitas ao hospital
Palavras de incentivo são importantes, mas acredito que o que nos move não são as palavras ditas, essas se perdem no meio de tantas, e se dermos muita importância perdemos o rumo na direção do progresso.
A energia que nos recarrega vem dos pequenos gestos: num sorriso brotando na face marcada pela dor, no esforço em movimentar membros atrofiados pela paralisia, na alegria de um passeio com o cão pelo corredor passando pelo meio das macas como se fosse um bosque cheio de árvores.
Creio que com a Batata acontece a mesma coisa... o trabalho é duro para ela que talvez não entenda o sentido de tudo isso, mas, depois das visitas, quando a coloco no chão de novo... Pode parecer idiotice, mas acho que ela percebe a minha satisfação e o meu orgulho por ela.
Às vezes tenho que deixar o carro num estacionamento distante e temos que caminhar um bom pedaço. Quando caminho normalmente com ela a caminhada se faz casual: eu andando e a Batata ao lado me acompanhando. Ao final do trabalho essa caminhada é diferente: ela me instiga para brincar, corre e depois me espera aguardando um carinho para depois correr de novo, como se dissesse: "- Se eu te deixei feliz, eu estou feliz também".
Poderia pesquisar esse comportamento e explicá-lo de maneira científica, no entanto nunca faria isso, prefiro acreditar que a Batata faz tudo isso por mim e essa magia não vou deixar apagar. Afinal, esse mundo precisa de fantasias e sonhos e, dessa vez, vou deixar o ceticismo de lado e elevar a Batata a um nível mais alto do que o simples instinto animal.
Essa é a minha cachorra terapêuta!
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